Um dia chamaram-lhe o ‘Líder Silencioso’. Um dia Henry Miller disse que “o verdadeiro líder não tem necessidade de liderar, contenta-se em apontar o caminho”.

E o que é isto tem a ver com Schurrle? Tudo. O 56 da Legião é um rapaz de poucas palavras. Prefere deixar a bola falar, apontando o caminho aos companheiros sem se dar muito bem por isso. Aparece e desaparece entre espaços. Vê o que poucos vêem.

Schurrle levantou a cabeça como tão bem faz, combateu a timidez e deu-nos a conhecer um pouco mais de si e daquilo que tem sentido na temporada de estreia ao serviço da equipa B.

 

 

Antes de mais pergunto-te… Como tens passado estes dias? O que tens feito neste período de isolamento?

“Têm sido tempos naturalmente difíceis, mas não podemos perder a esperança nem o foco. Com a ajuda do clube e da equipa técnica tenho treinado em casa e tentado manter a melhor forma possível. Pelo meio uma Playstation, claro”.

Do que tens mais saudades? Da bola? Dos companheiros?

“Acabamos por ter saudades de tudo. Dos treinos, da bola, mas sobretudo daquele dia-a-dia em equipa. Esperemos que isto se resolva de forma rápida e que voltemos a estar todos juntos brevemente”.

 

 

Esta temporada marca o teu primeiro ano numa equipa sénior, que balanço fazes?

“O balanço é positivo. Penso que me adaptei bem a uma realidade diferente daquilo que estava habituado. A verdade é que o grupo me recebeu de forma fantástica e me integrou muito bem”.

Com idade júnior transitas para uma equipa B, com jogadores mais velhos e mais maduros. Como foi a tua integração?

“Como disse, adaptei-me muito bem a uma nova realidade. A um patamar mais alto, com maior intensidade e qualidade. O grupo é muito unido e a ajuda de todos foi, e tem sido, muito importante para mim”.

 

 

Foste titular em praticamente todos os jogos, levas cinco golos… Esperavas conseguir impor-te desta forma?

“Sempre acreditei na minha qualidade. Talvez não esperasse impor-me desta forma, mas mais do que em perspectivar o futuro, sempre me foquei no trabalho diário. Felizmente tenho tido a oportunidade de jogar muitas vezes e agradeço a confiança de todos. Mais uma vez gostava de frisar a ajuda de um grupo que tornou tudo mais fácil”.

Ao longo do tempo tens tido oportunidade de treinar com a equipa principal em várias ocasiões. Queres explicar-nos como te sentes quando o fazes?

“Não escondo que é uma sensação sempre especial. Poder treinar com jogadores que estão no top do futebol e que acabam por ser os nossos ídolos é fantástico. Fui sempre bem recebido por todos. É onde qualquer jogador que trabalha na Cidade Desportiva quer chegar e é bom ver que, por muito que o nível seja cada vez mais alto, o clube aposta na formação”.

A Seleção Nacional tem sido um espaço onde estás permanentemente. Como é representar o teu país?

“Felizmente, fruto do meu trabalho e do meu rendimento, tenho sido chamado às seleções nacionais ao longo do meu percurso. A realidade é que cada vez mais estão atentos ao bom trabalho desenvolvido pelo clube na Cidade Desportiva. Hoje em dia um jogador do SC Braga está cada vez mais perto de ser chamado à seleção nacional. Resta-me continuar a trabalhar parar ter oportunidade de continuar a representar o meu país, que é o sonho de qualquer jogador”.

 

 

Qual a tua melhor qualidade? E a tua maior lacuna? 

“Penso que a minha maior qualidade enquanto jogador é o passe. A maior lacuna talvez seja a nível dos duelos… Há lances em que acabo por ter um pouco de medo de meter o pé (risos)”.

E como pessoa?

“Acima de tudo acho que sou humilde e tranquilo. O problema é que também sou um pouco preguiçoso e desleixado (risos)”.

Qual o treinador que mais te marcou?

“O mister Nuno Andrade, sem dúvida. Foi meu treinador no ADC Aveleda, antes de me transferir para o SC Braga. Passou pelo FC Porto, esteve na China e actualmente está a treinar o FC Felgueiras 1932”.

E um colega de equipa?

“O David Veiga. Vive muito perto de mim e temos feito um percurso juntos. Começamos os dois no GD Prado, fomos juntos para a escola de futebol BragaFut e também para o ADC Aveleda… Depois acabamos por vir os dois no mesmo ano para o SC Braga”.

 

 

E um amigo?

“Por tudo o que referi anteriormente… David Veiga”.

Uma comida

“Picanha”.

Um filme

“Sinceramente não é muito o meu forte (risos).

Uma referência

“Cristiano Ronaldo, sem dúvida”.

Schurrle ou Eduardo?

“Talvez prefira Schurrle. Mas há quem me trate por Edu, ou simplesmente Du como os meus pais”.

 

 

O melhor momento da carreira

“Não tenho propriamente um momento. Prefiro referir uma época, nomeadamente a do ano passado nos Sub-19. Evolui muito como jogador e como pessoa”.

O pior

“O pior talvez esteja a ser o atual. É a primeira vez que estou privado de fazer o que mais gosto, que é jogar”.

 

 

O melhor golo

“O meu primeiro golo pela Seleção Nacional num jogo contra o México “.

Um sonho

“Chegar ao mais alto nível do futebol”.