386 dias depois, Leah Lewis voltou aos relvados. A central passou por um longo processo de recuperação de uma lesão e, finalmente, voltou aos relvados na passada quarta-feira, diante do Vilaverdense FC. Estivemos à conversa com a norte-americana, que revelou satisfação e orgulho por ter ultrapassado este processo.

Novo desafio: “Bem, a última vez que me lesionei gravemente foi há pouco mais de 10 anos, quando ainda era muito jovem, por isso foi muito diferente desta vez. Agora que o futebol é a minha profissão, a notícia atingiu-me com muito mais força. Tive que colocar de lado a minha paixão e todos os meus objetivos pessoais. No início fiquei bastante devastada, mas apenas tive de me concentrar na tarefa que tinha em mãos, dia após dia”.

Um ano de recuperação: “O protocolo para a recuperação de LCA [ligamento cruzado anterior] nos Estados Unidos é de um ano completo. A minha última recuperação também durou um ano. Nem tinha a ideia que as atletas femininas recuperavam em menos tempo até agora. Quando descobri que a minha recuperação poderia demorar menos de um ano, foi uma boa notícia. Obviamente que acabou por demorar um ano na mesma, mas acredito que demorou o tempo que era suposto”.

Apoio: “Foi bom ter a Marau ao meu lado, 100%. Estar isolada da equipa neste período pode tornar-se difícil. Ter alguém ao meu lado, todos os dias a incentivar a dar o seu melhor, faz toda a diferença. É claro que não desejo esta lesão a ninguém, mas estou muito grata por tê-la tido ao meu lado durante todo este processo. Temos uma mentalidade semelhante quando se trata a ética de trabalho, por isso foi perfeito”.

Saúde mental: “É normal sentir-me assim [em baixo]. Ainda me sinto assim às vezes. Embora esteja de volta “no papel”, ainda irá demorar um tempo até me sentir 100% confiante e eu mesmo. Tenho de trabalhar de forma consistente para voltar ao meu melhor, mental e fisicamente”.

O momento do regresso: “Foi um grande alívio! Na verdade, fiquei em Braga durante o verão a treinar com a intenção de estar pronta para a pré-época com a equipa. Quando soube que só seria disponível para treinar com a equipa apenas um ou dois meses depois, fiquei desapontada, pois parecia que o momento nunca mais chegava. Quando chegou, simplesmente chorei de alegria”.

O primeiro jogo após lesão: “Foi algo muito real, não tenho outra maneira de o descrever. Senti que finalmente o objetivo de estar pronta para jogar estava a tornar-se realidade e que tudo estava, finalmente, no seu lugar. Foi simplesmente incrível”.

O futuro: “Quero continuar a trabalhar para regressar ao meu nível máximo e ajudar a equipa de todas as formas que conseguir, para atingirmos os nossos objectivos este ano. Queremos estar no topo da Liga BPI, qualificar para a Liga dos Campeões e lutar pela conquista de taças. Queremos tudo e temos talento para vencer tudo”.