Custódio é o novo treinador dos Sub-17 do SC Braga. Com a transição de Pedro Pires para a estrutura técnica do escalão B, onde o ex-jogador exerceu as funções de adjunto durante duas épocas, Custódio prepara-se assim para a primeira experiência a solo ao comando de uma equipa, desafio que abraça aos 36 anos e depois da inegável marca deixada nas quatro temporadas e meia ao serviço dos Gverreiros do Minho.
Na longa carreira acumulou um total de 447 jogos e 28 golos, bagagem que pretende agora transmitir aos jovens jogadores. O conhecimento da casa e da mística prometem ser uma mais-valia, até porque para Custódio o objetivo passa por um grupo que jogue à “SC Braga”: coragem, raça e ambição são os valores imprescindíveis.
Como surgiu a oportunidade:
“Isto é fruto do trabalho que temos vindo a desenvolver junto da formação. Recebi o convite para abraçar este projeto e trabalhar nos Sub-17 e aceitei porque é um grande desafio, é aquilo que eu queria, é a minha paixão. O trabalho de campo, o tentar passar valores, passar o que fui aprendendo ao longo do tempo… Hoje temos uma Formação de referência em Portugal, somos dos melhores do país, com um crescimento que tem sido sustentado e que de ano para ano está mais forte. Isso também está refletido na equipa principal, onde temos cada vez mais jogadores da formação, e cabe-nos a nós agora dar seguimento a esse trabalho e tentarmos formar cada vez mais e melhores jogadores. Não só melhores jogadores, mas também melhores homens, e penso que é essa a nossa missão”.
De adjunto a treinador principal:
“É diferente. Como adjunto, e porque é assim o caminho a ser percorrido, damos uma ajuda mas não lideramos o processo. Nos Sub-17, como principal, vou liderar o processo. Dá trabalho mas penso que estou preparado para isso”.
Cada vez mais ex-atletas a assumir o cargo:
“Acho que é muito importante. É importante que num clube como o SC Braga, que tem tido um crescimento muito grande, um crescimento sustentado, exista essa mística. Pessoas, ex-atletas que representaram o clube, que deram tudo por clube, mas que ao mesmo tempo não é só por isso que serão treinadores ou não. É porque também lhes é reconhecido outros valores, é reconhecido o conhecimento do jogo, é reconhecida a dedicação, a paixão pelo jogo e penso que é por isso que cá estamos e que essa aposta é feita em nós”.
Como será o Custódio treinador:
“Muito exigente. Penso que trabalhar na formação, neste caso nos Sub-17, em que a distância para se ser profissional é pouquíssima, obriga-nos a ser exigentes. Os jogadores têm de saber como faz no profissional, o caminho é tão curto que é preciso mesmo ser exigente, e eu sou-o muito. Mas ao mesmo tempo sou paciente, tenho o objetivo de lhes ensinar o jogo, de lhes poder passar os valores que são importantes. Depois, há uma coisa que carrego comigo e que acredito desde sempre: melhores homens serão sempre melhores jogadores”.
Imagem a apresentar:
“Eu quero que a equipa de Sub-17 jogue à SC Braga, que jogue com coragem, com ambição e com bola, porque acredito muito que o jogo é jogado com a bola e não a correr atrás dela. Quero que sejam a imagem do SC Braga, que sejam Gverreiros e que se desafiem”.
Quatro objetivos:
“O que eu disse à minha equipa técnica é que tenho quatro objetivos para este ano e que definem também o que quero para o meu futuro: em primeiro lugar, que os Sub-17 cresçam como homens e como jogadores; que ganhem, porque num clube como o SC Braga não existe outro objetivo que não seja ganhar todos os jogos; que a minha equipa técnica evolua também e, depois sim, vem um objetivo individual, que é crescer como treinador, dar passos seguros naquilo que eu quero e treinar a um bom nível”.