Após o empate diante do Rangers, em Glasgow, Carlos Vicens destacou a personalidade e a entrega da equipa num jogo marcado pela adversidade. O treinador do SC Braga elogiou a forma como os jogadores mantiveram a ambição e a identidade competitiva, mesmo após a expulsão de Rodrigo Zalazar, e sublinhou o orgulho pela atitude demonstrada numa das deslocações mais exigentes da Liga Europa. 

Análise ao jogo: “Entrámos bem, com o controlo que queríamos, a ter mais bola e a criar as primeiras oportunidades. Era exatamente isso que tínhamos planeado. Sabíamos que, num campo como este, iríamos passar por momentos de sofrimento, já tínhamos essa experiência das últimas visitas. É um estádio difícil para qualquer equipa. Infelizmente, não conseguimos traduzir esse bom início em golo. E, depois, já nos últimos minutos da primeira parte, dois cantos seguidos acabam por resultar num penálti por mão do Fran. Fomos para o intervalo em desvantagem, num momento que marcou emocionalmente o jogo”.

Expulsão e resposta da equipa: “Logo no início da segunda parte, perdemos o Zalazar por expulsão, algo que nunca se deseja, mas mesmo com menos um, a equipa manteve a posse de bola, manteve-se fiel à sua identidade. Mesmo em desvantagem, voltámos a marcar e a estar na discussão pelo jogo até ao fim. Mais do que o resultado, o que quero realçar é a imagem que a equipa deixou: um grupo que não parou de lutar, que manteve a ambição até ao último minuto. Os nossos adeptos, que fizeram o esforço de vir até aqui e apoiar-nos sob frio intenso, mereciam essa entrega. E nós lutámos por eles, por este clube, por esta competição na qual temos grandes expectativas”.

Gestão durante o jogo: “Quando perdemos o Zalazar, já tínhamos duas substituições preparadas para ajustar a equipa e ir em busca do resultado. Essa expulsão obrigou-nos a repensar toda a estrutura para jogar com menos um. Como equipa técnica, temos de manter a cabeça fria nesses momentos e tomar decisões com clareza. Sabíamos que, com o esforço físico elevado, seria importante gerir bem as substituições, perceber quem estava a acusar mais desgaste, quando fazer as mudanças, e como manter o máximo de frescura possível. Além disso, tivemos de estar atentos ao cartão amarelo do Gabi, para evitar complicações”.

Sobre o resultado e a arbitragem: “Prefiro não falar sobre a arbitragem, não diria nada de positivo e não ajudaria ninguém. Quanto ao ponto conquistado, não é habitual ouvirem-me dizer que saio satisfeito com um empate, porque entramos em todos os jogos para ganhar. Mas se me perguntarem se estou satisfeito com o desempenho, com o esforço, com o espírito competitivo e com a entrega dos jogadores, então sim, absolutamente”.