Joel Pereira, Vice-Presidente das Modalidades do SC Braga, faz uma análise da época 2020/2021 das modalidades do Clube.

Análise geral
“Tivemos uma época, na minha opinião, positiva, apesar das dificuldades. A situação pandémica não facilitou a nossa tarefa. Houve várias equipas afetadas, diretamente ou indiretamente pelo Covid-19. Desde a organização dos calendários competitivos, paragens ao longo da época, entre outros fatores, fez com que a última época fosse atípica. No entanto, as modalidades do SC Braga tiveram um bom desempenho”.

Jogos Olímpicos em destaque
“No desporto vivemos de resultados. Não podemos deixar de referir o melhor registo de sempre do SC Braga no que toca à participação nos Jogos Olímpicos: cinco atletas, dois deles das nossas modalidades [José Paulo Lopes e Tamila Holub] e ainda mais um atleta qualificado para os Jogos Paralímpicos [José Carlos Macedo]. É o ponto alto da última época”.

Vencer e reagir
“É importante referir a conquista de mais uma eLiga Portugal, nos eSports. Conquistámos o terceiro título consecutivo, reflexo de uma aposta sólida e sustentável numa modalidade que está a crescer imenso e o SC Braga é uma referência em Portugal. No futsal, passamos por uma mudança de ciclo, alcançamos a final da Taça de Portugal, que nos dá alento para aquilo que o futuro nos reserva. No futebol de praia, sentimos alguma frustração por não termos vencido a Euro Winners Cup, mas é importante destacar uma coisa: estivemos nas últimas cinco finais da competição e vencemos em três ocasiões. Ficamos tristes, há fatores que não conseguimos controlar mas estamos focados naquilo que temos pela frente esta época: o Campeonato de Elite e a Taça de Portugal”.

Modalidades em crescimento
“Estivemos muito bem no karaté, com excelentes resultados no Campeonato Nacional. Continuamos a ter atletas de topo e é um orgulho ver os nossos atletas a brilhar. No que toca ao atletismo, um resultado muito positivo em masculinos, com a conquista do 3º lugar no Campeonato Nacional; no feminino, ficamos a apenas um ponto do pódio, apesar das pedras que tivemos pelo caminho. Não nos podemos esquecer do taekwondo, com o brilhante trabalho que tem vindo a ser desenvolvido. Fica apenas um sentimento de ‘injustiça’ por não termos conseguido a qualificação para os Jogos, mas há que dar os parabéns pela caminhada que fizeram [Júlio Ferreira e Joana Cunha] ao longo dos últimos anos”. No basquetebol masculino, com uma grande percentagem de atletas da nossa formação, estivemos a um passo de subir de divisão. É um exemplo de um excelente projeto de formação, com boas bases para o futuro. Estamos muito confiantes para o futuro”.

Descida do voleibol feminino
“No voleibol, não temos como fugir à realidade: falhámos o nosso objetivo, que era a manutenção. Não era aquilo que estávamos à espera, mas tivemos muitas situações que levaram a este desfecho. Desde paragens devido a surtos de Covid-19, saídas de jogadoras, saída do treinador e algumas lesões. Descemos por apenas um ‘set’, o que custou ainda mais, mas estamos já a trabalhar para a próxima época. Já temos a equipa técnica e plantel definidos e temos um objetivo claro: voltar ao principal escalão da modalidade. Destaco ainda o excelente feito das Cadetes, que conquistaram o título nacional, um momento histórico para o nosso Clube”.

Seleções nacionais
“Acima de tudo, se fizermos um balanço do número de atletas que o SC Braga colocou nas respetivas seleções nacionais, isso é um sinal da vitalidade e da aposta forte e sustentável do Clube nas modalidades”.

Aposta na formação
“A pandemia fez com que muitos jovens abandonassem a atividade desportiva. Contudo, nos últimos meses aqui no SC Braga, tem acontecido exatamente o contrário. Temos sentido uma procura crescente de jovens a quererem praticar desporto. O nosso objetivo é claro: formar bem para que os nossos atletas sejam o futuro do SC Braga. Temos já várias referências das nossas modalidades que são provas vivas daquilo que promovemos. A Mariana Machado é um ícone do nosso atletismo; o José Paulo Lopes e a Tamila Holub são referências a nível nacional da modalidade, entre outros. Só assim é possível crescer, com uma aposta firme na formação”.

Impacto da pandemia
“A pandemia afetou os clubes na angariação de apoios. É cada vez mais difícil arranjar patrocínios para as modalidades. As federações foram tentando ajudar os clubes ao longo da época, dentro daquilo que era possível. Em Portugal, é evidente que é necessário reformular a estratégia para o desporto. As modalidades, principalmente as consideradas “amadoras”, precisam de outro tipo de apoios para continuarem a fomentar o crescimento dos atletas”.

Amanhã, pelas 17h00, estará disponível a segunda parte da entrevista, com as perspectivas de Joel Pereira sobre o futuro das modalidades do SC Braga.