O sonho de Asue é dos grandes, daqueles que superam a adversidade e que se conta em extensos 4812 km de distância. Nascido na Guiné Equatorial, foi nas ruas que o avançado marcou os primeiros golos antes de ingressar na academia local e, mais tarde, à Cidade Desportiva para se juntar aos Sub-19 do SC Braga, onde hoje brilha nos ainda poucos meses que leva como Gverreiro do Minho.

O talento falou sempre mais alto e uma viagem com data de regresso… acabou por se tornar definitiva. A porta de entrada para a Europa abriu-se, mas as raízes não foram esquecidas, revelando-se na forma de ser, estar e pensar do jovem de 18 anos. Maduro para a idade, Asue sabe muito bem o que quer e o que tem de fazer para lá chegar, ora não tivessse encontrado em Braga tudo, até mesmo…. uma ‘família’.

 

 

 

“Para todos os meninos africanos o mais importante é chegar aqui, todos sonham em chegar à Europa”

 

Asue 2

 

 

O início:

“Desde pequenino, na Guiné, estava sempre a jogar nas ruas. Um treinador meu disse que eu tinha talento e que tinha de passá-lo para os campos. Primeiro joguei os campeonatos na minha escola e depois fui para a academia”.

 

 

Como surgiu o SC Braga:

“Eu estava lá na Guiné, na academia, e de repente o meu treinador informou-me que vinha fazer umas provas no SC Braga. Era um clube que já conhecia mas nunca pensei que poderia chegar aqui. Vim no ano passado à experiência, correu bem, penso que toda a gente gostou de mim e voltei em julho do ano passado, fui inscrito e depois comecei a ser opção na equipa”.

 

Estreia contra o FC Famalicão:

“No meu primeiro jogo estava muito nervoso, queria fazer todas as coisas bem… As partidas seguintes não correram como pretendia, não estava a conseguir marcar golos, fiquei um pouco chateado comigo mesmo. Com o passar do tempo, comecei a jogar melhor e as coisas surgiram naturalmente”.

 

Asue 3

 

 

Trabalho é o caminho:

“É sempre importante para um avançado fazer golos, sinto-me feliz e estou à espera de fazer muitos mais. O meu primeiro objetivo é ser jogador de primeira liga, atuar a um nível profissional. Só penso em trabalhar, sempre me disseram que com trabalho tudo é possível, por isso penso que com trabalho vou conseguir chegar lá”.

 

Uma nova casa:

“Os primeiros tempos foram muito difíceis, é muito diferente o que fazemos aqui daquilo que fazia na África. Depois fui-me adaptando, estou num grande grupo que ajuda os novos jogadores e isso ajudou muito. Fiz amigos que são como irmãos, tenho colegas com os quais já fiquei muito tempo, já fui para as suas casas, conheci as suas famílias, sinto-me muito bem e estou muito feliz”.

 

 

Apoio da terra natal:

“Tenho gente da minha academia que está sempre à procura de saber como é que eu estou. Penso que quando fazes boas aqui eles fazem o seu trabalho lá, contando às outras pessoas o que está a acontecer contigo. Quando um jogador vem para a Europa está sempre na boca de todos lá”.

 

Gverreiro… desde sempre:

“Penso que sou um jogador que sempre dá tudo até ao fim, é uma característica muito própria aqui no SC Braga, acho que é daí que vem o nome “Gverreiro” e também é assim na África, nunca damos nada por vencido, tanto na vida como em tudo o que fazemos”.