Na vida de Diana Gomes existe uma palavra que tem de estar sempre presente: futebol. Apaixonada pelo desporto rei, a atleta do SC Braga realizou o seu maior sonho desde criança ao conseguir fazer desta modalidade a sua profissão. Diana Gomes revelou, ao scbraga.pt, a história da sua carreira desportiva e muitas curiosidades que não poderás perder neste artigo.

– A infância

“Quando era criança, lembro-me de fazer das minhas meias caneleiras, de fazer fintas sem nenhum obstáculo, de me atirar para o chão a simular faltas e ao mesmo tempo relatava as minhas ações. A minha mãe achava que era maluca, mas eu só lhe dizia: ‘mãe, vou ser jogadora de futebol’.”

– Percurso desportivo antes do SC Braga “Ser jogadora de futebol era um sonho desde a barriga da minha mãe. Comecei a jogar com os meus irmãos e amigos e tinha o hábito de jogar futebol na varanda de minha casa. Um senhor passava lá todos os dias a pé e via-me aos pontapés na bola e, um dia, pediu à minha mãe para eu ir jogar futebol para o Citânia de Sanfins com os rapazes. Passado algum tempo, os meus pais chegaram à conclusão que devia ir experimentar e lá fui eu.”

“Quando jogava no Citânia Sanfins fui observada pelo SC Freamunde e depois convenceram-me a ir para lá. Disseram-me que só tinha de pagar o kit para jogar na equipa.”

“Depois, o Valadares fez-me uma proposta no 3.º ano em que joguei no SC Freamunde e eu rejeitei. Aconselhei-me com o meu pai e ele disse para rejeitar, que ainda tinha de crescer. No entanto, eles não desistiram de mim e, no 4.º ano em que joguei no SC Freamunde, o meu pai disse-me que já estava preparada e para aceitar este novo desafio. Adorei a passagem pelo Valadares.”

 – Uma princesa no meio dos rapazes

“Os rapazes tinham muito respeito por mim. Nos jogos, os rapazes davam-me prioridade tanto para me equipar, como para tomar banho no final. Adorei começar a jogar com rapazes, para além de desenvolver muito mais rápido o meu futebol, foi fundamental para crescer a nível pessoal. Eu era mesmo uma princesa, defendiam-me sempre em todas as situações. Dentro de campo, quando me rasteiravam, eles iam logo a correr defender-me e diziam: ’tás maluco, é uma rapariga’.”

– O porquê das tranças

“Comecei a deixar crescer o cabelo e já não via a bola. Estava num estágio da seleção, falei sobre isso com a minha colega Sara Monteiro e ela sugeriu-me fazer uma trança. Fui para o treino e não fiquei convencida. Comentei com a Sara Monteiro de novo e ela disse-me: ‘então faz duas’. Eu fiz as duas tranças e adorei, nunca mais quis outra coisa.”

– A primeira vez que ouviu o hino nacional pela seleção A

“É impossível esquecer esse momento. Foi na Algarve Cup frente à Dinamarca. Confesso que chorei ao ouvir ‘A Portuguesa’, foi o realizar de um sonho. Tentei-me controlar para não chorar porque ia jogar a seguir, mas foi uma sensação inacreditável.”

– A convocatória de última hora para o Europeu

“Estava a dormir a minha sesta no sofá e acordei com o telemóvel a tocar. Tinha mais de 20 chamadas não atendidas. Fiquei preocupada, tinha mesmo muitas chamadas do meu diretor do Valadares (Hélder). Liguei-lhe e ele disse: ‘Diana, anda muito rápido, tens comboio daqui a 30 minutos’. Ele até me tirou o bilhete do comboio, estava tão atrasada (risos). Eu não estava a perceber nada, até que ele me diz: ‘Foste chamada para a Seleção Nacional, houve uma lesão e vais tu ao Europeu’. Enquanto me despachava liguei ao meu pai a chorar de felicidade para lhe contar a novidade. Ele ficou tão feliz que saiu do trabalho para me abraçar antes de eu apanhar o comboio.”

– As primeiras pessoas que abraçou após o primeiro título no SC Braga

“Abracei a Regina. Ela só dizia: ‘conseguimos, nós merecemos tanto’. Depois abracei o meu pai e a minha mãe e começámos os três a chorar. O meu pai só me disse que eu merecia muito aquele momento.”

– A vénia após o golo contra o Sporting

“Dois dias antes tinha estado com os meus melhores amigos (Regina, Andreia, Edu e Tata) e eles disseram-me: ‘Diana, domingo vais marcar’. Eu desacreditei, disse logo que estavam malucos. Eles disseram: ‘vais marcar e se marcares tens de fazer uma vénia para o público para nos dedicares o golo’. Eu marquei e cumpri a promessa (risos).”

– O melhor e o pior momento da carreira

“O melhor foi sem dúvida ter conquistado o Campeonato Nacional pelo SC Braga. O pior foi ter perdido a Taça de Portugal com aquele golo da Diana Silva tão perto do fim do encontro, é sem dúvida o pior momento da minha carreira desportiva.”

– Os três ídolos no desporto

“O Ronaldo por ser um jogador completo. Gosto da Rapinoe pela sua personalidade e pela sua criatividade em campo. Por último, gosto da Dolores pela sua simplicidade em cada jogada, é uma inspiração para mim.”

– Os passatempos de Diana Gomes

“Gosto de estar com os meus amigos, de ver séries, de ouvir música e, claro, ver futebol.”