Custódio, no dia em que completa 37 anos de vida, marcou presença no já famoso  “Duas de Letra” e respondeu às perguntas dos adeptos do SC Braga. O técnico dos Gverreiros do Minho foi ainda surpreendido por amigos e antigos colegas de profissão ao longo da emissão. Artur  Moraes, Bruno Mezenga, Ricardo Vaz Tê, Hugo Vieira, Hélder Barbosa, Wender, Rui Jorge e Edinho deixaram mensagens emocionadas a Custódio – alguém que já é um ícone na história do clube arsenalista.

Qual a sensação de ter sido nosso jogador ainda há pouco tempo e de agora ser o Mister da equipa principal?

– Foi com enorme orgulho que representei o clube como jogador sempre com o objetivo de ganhar títulos e agora ser treinador da equipa principal é o reativar dessa ambição. Espero conseguir grandes êxitos para o SC Braga.

Qual a experiência que trouxe dos sub-17 que aplica nos seniores?

– Como treinador principal comecei nos sub-17. Sabemos da diferença de exigência, mas a exigência que coloco em mim mesmo em tudo o que faço, é indiferente treinar os sub-17 ou a equipa principal. Muito daquilo que aprendi na minha carreira futebolística, coloco em prática na minha carreira como treinador.

Será que vamos aguentar o 3.º lugar?

– Estamos cientes das dificuldades, mas o nosso objetivo é manter o 3º lugar.

Relativamente ao André Horta quando é que ele vai jogar na posição 10?

– O André Horta é um jogador de grande qualidade. Temos médios de grande qualidade e ele é um deles. Não costumamos jogar com um número 10, mas acredito que o André será muito útil à nossa equipa.

Qual o golo mais marcante pelo Braga exceptuando o da meia-final?

– Exceptuando o golo da meia-final, destaco o golo ao Beira-Mar que garantiu o 3º lugar e o apuramento para a fase de qualificação da Liga dos Campeões, onde defrontámos a Udinese.

O SC Braga já é uma motivação para os adversários, nós estamos preparados para isso?

– As equipas que jogam contra o SC Braga têm uma motivação extra e cabe-nos a nós igualar esse fator. Quem representa grandes clubes como o SC Braga tem de estar preparado para a motivação dos adversários.

Qual é a sua tática preferida?

– Gosto de vários sistemas, mas para mim o mais importante é a ideia de jogo. Gosto de uma equipa com reação à perda da bola, que quer ter a bola e que valoriza o espetáculo.

Conta com o Xadas e com o Luther para a próxima época?

– O Xadas e o Luther são dois grandes jogadores. Estamos a estudar todos os atletas e será equacionada a presença destes dois grandes jogadores na próxima época.

O sistema táctico que tão bons resultados deu no passado recente é para manter?

– Vamos manter o sistema. A verdade é que peço apenas uma ou outra nuance diferente. O importante para mim não é o sistema, mas sim a ideia de jogo.

Qual a diferença entre ser jogador e ser treinador?

– É o oposto. Não quero dizer que uma vida é mais difícil que outra. Como jogador pensas muito mais em ti. O treinador tem de pensar em todos e manter toda a gente motivada. A vida do treinador tem uma abrangência muito grande para a vida de toda a gente.

Esperava chegar tão cedo à equipa principal?

– Não esperava chegar tão rápido. Queria fazer o meu trajeto normalmente, mas a velocidade que temos no futebol não dá para prever. O importante é que me sinto preparado. No futebol não existe tempo certo, foi quando tinha de ser.

Qual a situação mais engraçada vivida no balneário do SC Braga?

– Num jogo com o Paços de Ferreira em que estávamos a perder ao intervalo, o presidente deu um pontapé e abriu o sapato no balneário. Depois demos a volta ao resultado e ele no final do jogo disse: “afinal valeu a pena ter estragado o sapato”.

Sobre entradas e saídas de jogadores podes-nos dizer alguma coisa?

– Ainda não há nada a dizer sobre saídas e entradas. Estamos focados nestas últimas 10 jornadas. Os jogadores estão felizes e concentrados, eles sujeitaram-se a este estágio e isso demonstra muita ambição.

Como e quando é que soube que ia ser treinador da equipa principal?

– O presidente conversou comigo depois da saída do Ruben Amorim e ficou aí decidido. O presidente acreditava no meu potencial como treinador e fez-me ver isso.

Mister, descreve a alegria daquele golo na meia-final da Liga Europa.

– Não dá para explicar por palavras o que senti naquele golo. Depois do jogo a alegria foi enorme, foi fantástico, é um momento que vai ficar para sempre.

Temos dos melhores plantéis dos últimos anos, concorda?

– Concordo. Este grupo é equilibrado, muito bom em todas as vertentes… técnicas, táticas, etc. Espero tentar tirar o máximo de rendimento deste plantel e conseguir alcançar o objetivo do 3º lugar.

O plantel está preparado para dia 5 trazermos os 3 pontos para casa?

– É o nosso grande objetivo e sinto que estamos preparados. Estes momentos de quarentena foram difíceis para todos. No dia 5 vamos estar preparadíssimos para alcançar os três pontos. Não vamos estar só preparados para este próximo jogo, mas para as 10 últimas jornadas do campeonato.

Qual o objetivo para o que resta da época?

– Queremos juntar o 3º lugar à conquista da Taça da Liga. Conseguir o máximo de vitórias possíveis nestas últimas 10 jornadas do campeonato.

Qual era o jogador mais engraçado do plantel do ano da final de Dublin?

– O Hélder Barbosa e o Sílvio eram os mais engraçados.

Vais voltar a treinar no HD? Eras inspirador.

– Eu nunca vou deixar, sou viciado em desporto, adoro treinar e vou continuar.

Em que o ajudou a passagem pelos sub-17?

– Nos sub-17 comecei a implementar as minhas ideias e foi uma passagem muito importante na minha carreira como treinador.

Pretende usar mais jogadores da formação?

– O nosso projeto é a aposta na formação. Espero que os jogadores da formação se preparem porque o treinador da equipa principal vai estar atento ao processo de evolução deles. Espero muito em breve ter mais jogadores da formação na equipa principal. É importante ter um núcleo duro para assegurar o crescimento dos nossos jovens jogadores, e isso nós temos. 

Como consideras a tua passagem pela Turquia?

– A passagem pela Turquia foi fantástica. Pela questão financeira, mas muito mais pela cultura e pelo futebol. Um país  fantástico e com pessoas fantásticas. Espero voltar à Turquia, adoro aquele país.

O que levou a enveredar pela carreira de treinador?

– A paixão pelo jogo. Não me consigo imaginar longe do relvado.

Já está em marcha a preparação da próxima época?

– Estamos a preparar a próxima época, mas o grande foco são os últimos 10 jogos e conseguir o nosso objetivo.

Qual era a sensação de jogar na Champions? Que jogo mais te marcou nessa prova?

– Jogar a Liga dos Campeões é emocionante. O jogo do Manchester que perdemos foi um ambiente fantástico. Apesar de termos perdido, é um jogo que guardo com grande carinho e com saudade.