Duas de Letra… com duas Lendas.

Longe de Braga mas nunca longe dos corações da Legião. Marafona e Vukcevic farão sempre parte da família e, como tal, estão sempre disponíveis para o ‘seu’ SC Braga.

O ‘Herói do Jamor’ e o ‘Vuk’ protagonizaram uma conversa super divertida, responderam às questões dos adeptos… e deixaram-nos com saudades de os termos connosco.

Vukcevic – Vuk, quando voltas?

“Em primeiro lugar um grande abraço. Sinceramente não sei. Ainda tenho muito tempo para jogar, mas um dia gostaria de jogar novamente com a camisola do SC Braga. Não sei quando, nem se vai ser possível. Mas acredito que um dia vou voltar”.

 

Marafona – Qual o sentimento de defender o pénalti do Maxi na final da Taça?

“Foi um sentimento de enorme alegria. Quando o defendi senti que já estava. Tínhamos ganho a Taça de Portugal. Foi uma alegria imensa”.

 

Vukcevic – Vuk, o que sentiste quando marcaste ao Vitória no jogo dos 5-0?

“Este jogo vai ficar na história. Marcámos cinco golos num dérbi e ganhamos 5-0. Um dos meus melhores momentos no SC Braga. Não costumo marcar golos, mas este foi um dos mais importantes”.

 

Marafona – Qual foi o pénalti mais difícil que defendeste? E porquê?

“Difícil penso que são todos. Obviamente que os da final, pelo simbolismo que tiveram, foram os mais difíceis e os mais saborosos. O Vuk gostou (risos)”.

Vukcevic – Quem é a tua inspiração?

“Não tenho nenhuma figura. Gosto de lutar e é essa minha inspiração. Acordar todos os dias e ir para a luta”.

 

Marafona – Tens saudades do teu colega de quarto? (Pergunta feita pelo Palhinha)

“Claro que tenho saudades, principalmente às quatro da manhã quando ressonavas e me acordavas. Fazias com que filmasse. Um dia destes mando o vídeo e apareces na gala”.

 

Vukcevic – Achas que já falas melhor Português do que o Marafona?

“Não sei se falo melhor português, mas inglês e turco tenho a certeza. Não sei se ele sabe sequer uma palavra (risos)”.

 

Marafona – Do que mais gostas na posição de guarda-redes?

“O que mais gosto é poder sentir que tenho dez jogadores à minha frente que confiam em mim. É algo motivante. É muito bom sentir isso. Nós que somos a última barreira”.

 

Vukcevic – Como foi jogar ao meu lado? (Pergunta feita pelo Jefferson)

“Grande Jefferson. Gostei muito de jogar contigo, mas sobretudo de partilhar o balneário contigo. Jogar… Mais ou menos, mas falar contigo era fantástico (risos)”.

Marafona – Quem é o teu melhor patrocinador de chuteiras? (Pergunta feita pelo Paulinho)

“És tu, mas estás a falhar. Ainda estou à espera, não me venhas dizer que ficou preso na alfândega. Já estou a precisar de dois pares. Um de borracha e um misto. Muito obrigado meu amigo”.

 

Vukcevic – Quais são as tuas melhores recordações de Braga

“Quando ganhámos a Taça de Portugal. Depois ganhar 5-0 ao Vitória SC no dérbi. A vitória sobre o Fenerbahce por 4-1 também foi fantástico. São jogos que ficarão sempre na memória”.

Marafona – Como sabes para onde vão as bolas nos penáltis?

“Eu não sei (risos). Agora temos vídeos e material de observação que nos ajuda bastante. Depois é a escolha e o feeling”.

 

Vukcevic – Como foi ser capitão do Mágico?

“Quando cheguei a Braga não pensava que isso fosse possível. Cinco anos depois, foi um orgulho para mim, um montenegrino, ser capitão numa equipa grande de Portugal. Acho que foi merecido”.

 

Marafona – O que você planta hoje, você vai colher amanhã? (Pergunta feita pelo Raul Silva)

(com sotaque brasileiro) “Já disse para você que o que eu colhi hoje já plantei (risos). Não esqueça essa frase não”.

 

Vukcevic – Como está a ser viver esta situação em Espanha?

“Está difícil. Estamos em casa há mais ou menos 25 dias. Não saímos. Compras online apenas. Mas isto vai passar e vamos aprender muito com tudo. Aprender a desfrutar da vida todos os dias”.

 

Marafona – Quantos minutos estiveste com o Vital a estudar os jogadores do FC Porto?

“Todos os jogos o mister Vital fornece uma pen com o tal estudo pormenorizado que falei. É algo que se faz normalmente e na final não foi diferente. O que ele me transmitiu foi uma enorme confiança”.

Vukcevic – Do que tens mais saudades do clube?

“Marafona (risos). Muitas coisas. Sobretudo o apoio que tinha de todos. É disso que sinto mais falta”.

 

Marafona – Quem foi o melhor parceiro de treino que já tiveste? (Pergunta feita pelo Tiago Sá)

“Tu foste um dos grandes parceiros que já tive. Não vou enumerar as razões porque posso complicar a tua vida. Podes saber que foste um dos grandes sem dúvida”.

 

Vukcevic – Como é que é jogar contra o Messi?

“É uma grande experiência jogar contra o melhor jogador da história do futebol” (segue-se milésima discussão entre quem é o melhor)

Marafona – O que é que andas a fazer nesta quarentena?

“A minha quarentena não começou há muito, porque fizemos mais um jogo e treinámos mais duas semanas. Só estou esta semana em casa. Procuro treinar, ver filmes e estar com a família acima de tudo”.

 

Vukcevic – Com quem gostarias de voltar a jogar do plantel atual?

“Tenho dois jogadores. Com o Paulinho, porque gosto muito dele, e André Horta. O André tem qualidade para chegar ao topo. Não sei porque tem jogado menos, porque tem muita qualidade”.

Marafona – Marafa, porque é que você não escuta bem? (Pergunta feita pelo Jefferson)

“Foi um prazer partilhar o balneário contigo. O esquerdo é pior, mas hoje estou-te a ouvir bem, pus os dois auriculares (risos).

 

Vukcevic – Quem era o jogador mais brincalhão do teu tempo?

“André Pinto. Nunca vi uma pessoa que goste tanto de falar como ele. Jefferson também. E ainda o Djavan. Nunca vi uma figura como ele”.

Marafona – Qual é a diferença do futebol português para o turco?

“O futebol português é mais organizado e taticamente é mais difícil. Aqui joga-se um futebol mais aberto. Talvez as equipas sejam mais equilibradas. O último pode ganhar na casa do primeiro. O futebol português é superior”.

 

Vukcevic – Quais são as maiores diferenças entre a cultura portuguesa e a do Montenegro?

“Somos mais nervosos, sem dúvida. Gostamos mais de desfrutar da vida”.

 

Marafona – O que dirias àqueles que agora estão a dar os primeiros passos como guarda-redes?

“Que se divirtam e que joguem com paixão. Para nunca desistirem e lutarem pelos sonhos. Quando parece que nada vai correr bem é quando a vida nos surpreende”.

Vukcevic – Concordas que te tornaste num jogador mais calmo ao longo dos anos. Porquê?

“Estou mais controlado. Mas nunca vou ser mais calmo. Nunca. Não quero mudar (risos)”.

 

Marafona – Quem é o melhor guarda-redes do Mundo?

“Tenho dois ídolos. O Toldo e o Buffon. Da atualidade andará entre Oblak, Ederson e De Gea”.

 

Marafona/Vukevic – Qual foi o melhor treinador que tiveram em Braga?

M – “Paulo Fonseca. Acho que é comum. Ensinou-nos muito e marcou-nos bastante, pela conquista que tivemos juntos”.

V – “Paulo Fonseca. Ele tem algo especial. É um grande treinador e uma grande pessoa”.

 

Marafona – Quem era o jogador mais preguiçoso do plantel?

“Era eu, a seguir ao Vuk. Essa não é a palavra mais indicada. Há jogadores que demoram mais a entrar no treino e no jogo. Mas incluo-me nesse lote”.

 

Marafona/Vukcevic – Acompanham e sentem o SC Braga onde estão?

M – “Tento acompanhar quase sempre. Devido aos horários não consigo acompanhar todos. Mas vejo quase todos”.

V – “Também tento. Mas quem me conhece sabe que não gosto de ver futebol na televisão. Vi alguns, nomeadamente na vitória contra o FC Porto no Dragão e contra o SL Benfica”.

Marafona – Foste tu que ensinaste o Matheus a defender penáltis?

“Não. Nem ninguém. Nós como guarda-redes podemos olhar para os melhores e tentar aprender. É isso que faço, assim como o Matheus, o Tiago Sá e todos os outros”.

 

Marafona/Vukcevic – Onde se vêm no futuro? Gostavam de voltar a Portugal?

M – “Tenho mais um ano de contrato. Penso que vou cumprir e ainda não pensei muito sobre isso. Mas é uma das hipóteses no futuro”.

V – “Tenho mais dois anos. Ainda é cedo para falar sobre isto. Mas não descarto um regresso”.

 

Marafona – Tens saudades da comida portuguesa?

“Muitas. Principalmente carne de porco, que aqui não existe. Só como frango, porque as restantes carne são horríveis”.

 

Marafona/Vukcevic – O SC Braga está a crescer?

M – “O SC Braga está a crescer muito. Basta olhar para o clube e para toda a organização. Assim como os resultados desportivos”.

V – “O clube tem crescido muito. Já não há apenas o top 3, mas sim um top 4 em Portugal”.

 

Marafona – Se não fosses guarda-redes, em que posição jogarias?

“Era número 10. Acho que tenho alguma qualidade de passe e alguma inteligência para ler o jogo”.

Vukcevic – Qual foi o melhor jogo europeu que tiveste no Braga?

“O jogo com o Fenerbahce”.

 

Marafona/Vukcevic – Como capitão, o Alan era exigente?

M – “O Alan era muito experiente e exigente como capitão. Sempre que havia problemas dizia presente e aquilo que pensava em prol do clube”.

V – “Um grande jogador e uma grande pessoa. Um dos melhores da história”.

 

Vukcevic – É mais difícil aprender Português ou marcar um golo ao Marafona?

“É a segunda hipótese. Nunca fiz um golo no treino ao Marafona”.

 

Marafona – Qual a tua estratégia para defender penáltis?

“Já disse anteriormente. Passa por observar os marcadores e seguir o tal feeling. É algo que nasce connosco”.

Vukcevic – Quem é o jogador que, se pudesses, levavas para todo o lado?

“O Rafa. Atualmente o Paulinho”.

 

Marafona – Quem é o melhor guarda-redes do SC Braga atualmente?

“O SC Braga tem três bons guarda-redes. É impossível dizer um, porque são os três muito bons. O clube está muito bem servido”.

 

Vukcevic – Quais as maiores diferenças entre os campeonatos português e espanhol?

“São muito diferentes. Aqui é tudo mais rápido e mais intenso. Principalmente contra grandes equipas, onde 80 por cento do jogo estamos sem bola”.

 

Marafona/Vukcevic – Qual de vocês é o mais competitivo?

M – “Em treino não somos os dois muito competitivos. Em jogo somos dois grandes competidores, que queremos muito ganhar”.

V – “Não gostamos muito de treinar, mas nos jogos…”

Marafona/Vukcevic – Quem foi o melhor jogador com que jogaram em Braga? E o mais virtuoso?

M – “Talvez o Rafa. Era um jogador de referência, diferenciado. O mais virtuoso talvez o Josué. Tecnicamente muito bom”.

V – “Rafa sem dúvida. O Alan, quando cheguei, também jogava muito”.

 

Marafona/Vukcevic – O que acham do atual momento do SC Braga?

M – “O momento é bom. Vem de uma série de jogos a ganhar, conseguiu o terceiro lugar. Foi pena esta paragem, mas o momento é de grande ambição”.

V – “O SC Braga está bem. Bem posicionado para conseguir um importante terceiro lugar. Tem um treinador que como jogador era um grande profissional e que vai fazer grandes coisas”.

Vukcevic – Do que mais tens saudades de Braga?

“Como já disse. O apoio de todos. E quero acrescentar algo. Sinto falta de muita gente que trabalhava no clube. O ‘Maninho’, o ‘Chico’… Quero deixar um grande abraço para todos”.

 

Marafona – Porque escolheste ser guarda-redes?

“Às vezes não é uma escolha. Comecei à frente, mas com o desenvolvimento vais percebendo o que é melhor. A baliza chamou-me e nunca mais a larguei”.

 

Vukcevic – Preferes os dois golos ao Boavista ou o golo em Guimarães?

“Contra o Vitória SC. Um dérbi é muito importante para os adeptos”.

Marafona/Vukcevic – A vida não é só momentos bons. Qual foi o momento mais difícil em Braga?

M – “O momento mais difícil foi quando tive a lesão no joelho. Estava no melhor momento da minha carreira. Estava a ser chamado para a seleção e provavelmente iria ser convocado para a Taça das Confederações”.

V – “No primeiro ano. Era um miúdo, pela primeira vez fora do meu país e longe da família”.

 

Marafona – Olhando para o plantel atual, quais são os jogadores-chave?

“Todas as equipas têm o chamado núcleo duro. O SC Braga tem um plantel muito equilibrado e vasto, mas há três ou quatro jogadores. Passa pelo Bruno Viana, o Esgaio, o Paulinho… Passa por eles muito daquilo que é a força da equipa”.

Marafona – Qual era o teu jogador favorito quando estavas no SC Braga?

“Sempre me dei bem com todos os meus companheiros. Fiz grandes amizades e não consigo eleger um. É difícil”.

 

Vukcevic – Como é que era a tua relação com o Presidente?

“Muito, muito boa. Toda a gente sabe a nossa relação e o que ela significa para mim. O apoio dele sempre foi fantástico”.