Na segunda parte da entrevista, Joel Pereira, Vice-Presidente das Modalidades do SC Braga, aborda a temática do futuro das modalidades no Clube.

Mudanças

“A principal mudança só vai acontecer quando tivermos o novo pavilhão. O pavilhão vai permitir que as modalidades deem o salto qualitativo. Há uma palavra-chave que tenho debatido e batido dentro de cada uma das modalidades que é organização, e a organização ganha jogos. O Clube dentro das modalidades está bem organizado e o que nos espera para o futuro é uma mudança radical, que é uma casa que nos vai dar outro tipo de condições. O que pretendemos é que este pavilhão fique cheio fim de semana após fim de semana pelos nossos adeptos. Penso que essa é a principal mudança, conseguirmos captar os sócios e adeptos para verem as modalidades. A ligação estádio/pavilhão será a parte organizativa das modalidades”.

Profissionalização das modalidades

“Quando cheguei há quatro anos, o primeiro trabalho feito foi uma radiografia a todas as modalidades. Temos de entender que são modalidades amadoras, mas o grande desidrato é profissionalizar ao máximo as modalidades dentro do seu amadorismo. Perceber que há diretores que não estão a tempo inteiro nas modalidades que dão o melhor de si, mas que têm outra profissão. Por isso, a profissionalização desde os regulamentos internos dentro de cada uma das modalidades, as questões nutricionais, ou seja, uma série de coisas que permite as modalidades, hoje, no Clube estarem num patamar de profissionalismo. Algumas modalidades mais do que outras é evidente. O futsal está no topo, é uma modalidade neste momento encarada como altamente profissional. O SC Braga renovou com dois atletas que vão participar nos Jogos Olímpicos e isso diz muito do que é a nossa atenção para com os atletas de elite do Clube. No futuro, vamos continuar a apostar nos atletas de elite, de valor, que representam Portugal e o SC Braga em campeonatos da Europa, do Mundo e nos Jogos Olímpicos. Essa é a questão da aposta na profissionalização, que passa por dar dia após dia dar melhores condições aos atletas, técnicos e a quem trabalha no Clube”.

SC Braga e a hegemonia do Sporting e Benfica

“Acredito no trabalho que estamos a fazer no futsal pelo Marinho e da coordenação técnica do Clube. Estamos muito bem organizados e contratamos bem. Temos jogadores com excelente qualidade e para posições fulcrais. Vou prometer que vai haver profissionalismo ao máximo e muito trabalho. Com o investimento que está a ser feito o objetivo é andar no topo da tabela. Depois, nos momentos decisivos, ter o melhor resultado possível, que passa por podermos tentar intrometermos na luta com o Benfica e Sporting. Vamos tentar morder-lhes os calcanhares como se costuma dizer”.

Valores e jovens atletas

“A primeira mensagem aos jovens atletas é que não se deixem deslumbrar. O SC Braga dá todas as condições para a prática do desporto, mas tem atenção aos estudos dos seus atletas. Para nós é muito importante a questão da carreira dual, debatemos e estamos sempre interessados em saber como correm as aulas no dia-a-dia, como são as notas, etc. Para além disso, queremos incutir os valores do fair-play, da ética, do rigor, da competência e a identidade Gverreira aos nossos atletas”.

Zé Paulo, Tamila e José Carlos Macedo

“Eles já são vencedores. A grande vitória é estar nos Jogos Olímpicos e nos Paralímpicos. O que espero dos atletas é que dignifiquem o nome de Portugal, do SC Braga e da cidade de Braga”.

Jogos Olímpicos de 2024

“Pensava que este ano íamos levar quatro aos Jogos Olímpicos e dois aos Paralímpicos. Portanto, se em 2024 marcarem presença quatro atletas do SC Braga nos Jogos Olímpicos e dois nos Paralímpicos é um resultado excecional. Temos atletas com capacidade para irem aos Jogos Olímpicos: Júlio Ferreira no taekwondo, Mariana Machado no atletismo, Tamila e Zé Paulo Lopes podem ser repetentes na natação, José Carlos Macedo no boccia, Patrícia Esparteiro no karaté. Ademais há atletas a aparecer como Léa Barros no karaté e que podem ser uma realidade. Gostava de ter o maior número, mas é difícil perspetivar”.