Joana Cunha e Júlio Ferreira vão representar Portugal, no Torneio Europeu de Qualificação Olímpica que acontece, este sábado, em Sófia, Bulgária. A Gverreira vai competir na categoria (-57kg), enquanto que Júlio irá disputar os (-80kg). 

Na antevisão da prova, os Gverreiros afirmaram que o grande objetivo é garantir a qualificação para os Jogos Olímpicos, de forma a escreverem um novo capítulo na história do Taekwondo nacional. Apesar desta ser a última tentativa de embarcar para Paris, os atletas do SC Braga mostraram-se serenos em relação ao Torneio Europeu, evidenciando a preparação para conseguir atingir o melhor resultado possível. 

Joana Cunha

Expectativas: “Desfrutar de cada combate até chegar à tão desejada final.”

Sentimento em relação à qualificação para os Jogos Olímpicos: “Todos os atletas presentes nesta competição têm o apuramento como principal objetivo. Sinto a responsabilidade de ser a atleta a tentar o apuramento nos (- 57kg), nesta que é a última oportunidade para o fazermos. No entanto, encaro-a com naturalidade, pois foi conquistada fruto de um trabalho contínuo.”

Treinar para alcançar o melhor resultado: “A nossa preparação é sempre intensa em cada ciclo olímpico. Por causa do covid, o ciclo anterior estendeu-se até 2021. Desta forma, o ciclo ficou um pouco mais curto, com apenas três anos de duração. Nesses anos, participámos em provas importantes como o Campeonato Mundial, da Europa e o Grand Prix, que nos podem dar pontos preciosos para o ranking (são apurados apenas cinco atletas de cada categoria olímpica pelo ranking). Esse ciclo foi bastante desafiador, pois tivemos que conciliar a vida profissional, a mudança de federação e os critérios seletivos. Não conseguimos os resultados para ficarmos no topo do ranking, mas continuámos a trabalhar para garantir o lugar no apuramento e competir na melhor forma possível.”

Terceira tentativa para carimbar a passagem: “Nos dois ciclos anteriores estive integrada nos projetos olímpicos. Embora tivesse obtido bons resultados e estivesse bem classificada, não consegui chegar ao top cinco. A prova de apuramento é a última oportunidade e tudo pode acontecer. Confio no trabalho realizado. Enquanto a chama estiver acessa, acredito que é possível!”

Marcar presença na competição olímpica: “Seria um grande orgulho representar Portugal nos Jogos Olímpicos e um grande sonho para mim e para todos os que estiveram ao meu lado, que me permitiram evoluir ao longo destes anos enquanto pessoa e atleta. Foram anos duros, com muitos momentos felizes e muitos desafios que conseguimos superar. Transformar este sonho em realidade seria absolutamente incrível.”

Performance no Torneio Europeu: “Podem esperar ver uma Gverreira a lutar pelo sonho até ao último segundo de cada combate.”

 

Júlio Ferreira

Qualificação como principal objetivo: “Estou em preparação desde 2021, desde o pré-olímpico para Tóquio 2020. Por isso, a expectativa é o passe para Paris, sem perder a consciência da dificuldade dos obstáculos a ultrapassar. Tenho no horizonte presente a qualificação para os Jogos Olímpicos de Paris 2024.”

Sentimentos em relação à prova: “Pressão existiria se o bilhete estivesse garantido e o pudesse perder, mas como todos os atletas vão entrar em pé de igualdade, apenas me traz motivação. É normal sentir ansiedade, seja por questionar a minha capacidade e por recear fazer uma prova menos bem conseguida ou pelos “bichinhos” que costumam surgir. Estou certo de que a experiência que tenho é suficiente para opor essas forças contrárias.”

Pilares fulcrais para o combate: “O processo acaba por ser o mesmo com uma certa atenção para a agenda. Penso que os principais pontos a destacar na preparação são: a exploração de táticas e estratégias, evidentemente, mais eficazes no jogo e alguma preocupação na garantia da recuperação física.”

Balanço das últimas prestações: “Acredito, sem dúvida nenhuma, que na minha primeira tentativa, fui traído pelo sistema operativo. Quando à segunda houve uma clara falha na estratégia de jogo. Acabamos por combater tantas vezes como os mesmos atletas que começamos a conhecer os truques, as distâncias e até as temporizações uns dos outros. Dessa vez, o adversário esteve melhor, ainda que tenha sido um combate bem disputado.”

Sentimento de representar Portugal na competição olímpica: “Estaria a escrever mais um capítulo da história do taekwondo português, o que já é por si uma motivação difícil de superar, uma oportunidade merecida. Além disso, é um objetivo que ainda não alcancei, algo que é um estímulo por si só, e mais uma vez, muito concreto que se fortalece constantemente.”

Fome de vencer: “Podem esperar um atleta com as costas pesadas, mas firmes. Um atleta com experiência, mas com a garra de um recém chegado. Acima de tudo, um “esfomeado” na procura de um objetivo que sempre quis.”