Matheus, em declarações à Comunicação Social esta segunda-feira, informou ter obtido nacionalidade portuguesa. O guardião dos Gverreiros – que reside no País desde 2014, casou em Portugal e tem dois filhos nascidos em Braga – revelou a satisfação por ver reconhecida a sua cidadania e, no capítulo desportivo, mostrou-se apto para desfrutar de uma chamada à Seleção Nacional caso ela venha a seguir.

Quanto ao atual momento da equipa principal do SC Braga, Matheus destacou a união e a dedicação no trabalho de todos os jogadores, afirmando que estão “focados em estar na melhor forma possível”.

O sentimento de ser cidadão português: “É uma alegria imensa ser cidadão português. A minha esposa e os meus filhos já tinham a nacionalidade, só eu é que não era português, era o único intruso. Já me sentia português, mas não tinha os documentos na mão, agora já tenho”.

O sonho da Seleção Nacional: “Todos os jogadores querem chegar à Seleção Nacional. Agora também tenho o sonho de ser chamado, mas o meu foco está em desfrutar de ser cidadão português, dos meus direitos e deveres, como acontece com todos.”

Adaptação ao estado de emergência: “Todos fomos apanhados de surpresa com esta situação. Estou a aproveitar para estar com a minha família e ter o privilégio de ver os meus filhos crescer. Claro que infelizmente foi por causa desta pandemia, mas temos de tirar o lado bom disto”.

O treino específico de guarda-redes: “Tenho espaço em casa e tenho tentado fazer o plano. Não é a mesma coisa do que treinar com o treinador de guarda-redes, mas tenho dado o máximo para estar na melhor forma possível”.

Todos os jogadores focados em estar ao mais alto nível: “Nós jogadores somos todos profissionais e sabemos que dependemos do nosso corpo. Os jogadores estão todos focados. É difícil, mas quando somos profissionais temos de fazer o máximo que conseguirmos para estar ao mais alto nível”.

Um grupo unido: “Falamos diariamente, o grupo está impecável, temos momentos descontraídos e momentos mais sérios. O presidente e todo o staff está connosco nos grupos que temos e estamos mesmo todos juntos neste momento”.

A superação da lesão e o seu momento de forma esta temporada: “Tive a lesão mais grave dos atletas, a minha família ajudou-me muito nesse momento. Ela ajudou-me a voltar no mais alto nível. Muitas vezes pensei em desistir, acordei a chorar, mas ao ver o sorriso dos meus filhos e da minha esposa tudo melhorava. O SC Braga também me deu todas as condições para voltar na melhor forma possível e felizmente está a ser a minha melhor época no clube individualmente”.

A rotação na baliza no início da época: “Não foi fácil. Eu, o Tiago e o Eduardo conversámos muito, mas tentámos sempre estar preparados. O Eduardo disse-nos sempre: ‘fiquem tranquilos, independentemente de quem o mister escolher para jogar, vamos estar prontos’. Vivi uma experiência diferente, de aprendizagem, mas o mais importante é que estivemos sempre prontos para ajudar a equipa”.

O estado da sua família: “No Brasil não está fácil, os meus pais também estão em quarentena. O meu irmão voltou da China e está fechado no hotel. É como eu disse, só juntos vamos dar a volta a isto. Temos de seguir as orientações dos profissionais de saúde e ficar em casa”.

Uma batalha que todos têm de travar: “Nenhum ser humano estava preparado para isto. Nós vemos tantos infetados, tantas mortes e é muito difícil. Vimos que morreu um rapaz de 14 anos e ficámos muito tristes com isso. Todos achámos que era só uma ‘gripezinha’, mas a coisa é séria mesmo. Temos de estar ao lado dos médicos e todos unidos para dar a volta esta situação”.