Nova aventura europeia para os Gverreiros, desta vez para uma terra bem conhecida: Grécia. O Olympiacos é o próximo adversário da equipa bracarense, por isso vem daí e conhece melhor a equipa mais vitoriosa do território helénico.

Nascido para vencer

1925. Este foi o ano da fusão entre o APS Piraeus e OF Piraeus, dando origem ao Olympiacos. O nome vem (como conseguem imaginar) dos valores olímpicos tão marcantes no povo grego: poder, atleticismo, ética e competição nobre. O vermelho e branco simbolizam, por sua vez, a paixão pela vitória e a pureza. Os ingredientes para um futuro vitorioso estavam todos lá… A receita deu resultado. Ao longo dos anos, o Olympiacos foi-se estabelecendo como a maior potência desportiva nacional. Com um recorde de 47 títulos de campeão nacional, contando ainda com 28 taças nacionais, a equipa de Pireu é sempre um dos principais favoritos para vencer as competições internas. E era uma questão de tempo até conquistar a Europa, mas já lá vamos.

Períodos controversos não travaram o sucesso

A Grécia é um país marcado por história e claro, batalhas. Estes mesmos períodos de instabilidade política e territorial teve implicações diretas no futebol e o Olympiacos não foi excepção. Durante a II Guerra Mundial, após a invasão dos países do Eixo, a equipa de Pireu perdeu imensos jogadores, mortos durantes os intensos combates. Para piorar a situação, em 1946 surgiu uma Guerra Civil entre a esquerda e a direita, que também condicionou a prática desportiva no país. Para registo, fica a história de Nikos Godas, que pediu para ser executado com a camisola do Olympiacos vestida. Um verdadeiro exemplo do amor e paixão dos gregos pelo futebol e pelo seu clube.

A rivalidade com o Panathinaikos

Para grandes equipas, grandes rivais. O Panathinaikos é o grande rival do Olympiacos, no famoso Dérbi dos Eternos Inimigos. A rivalidade é fácil de explicar. Os verdes são originários do centro de Atenas e, desde cedo, tinha mais adeptos das classes ricas da capital, enquanto que o nosso adversário na Liga Europa, proveniente da zona portuária, sentia mais apoio das classes operárias. Aliás, o crescimento da massa associativa do Olympiacos explica-se devido ao facto de uma grande parte do povo grego se identificar com o clube, como um símbolo de combate contra as desigualdades. A equipa de Pireu, até ao momento, tem saído por cima em praticamente todos os aspetos, mas esta é uma das maiores rivalidades do futebol mundial e promete não ficar por aqui.

O sucesso fora de portas

Durante vários anos, o Panathinaikos orgulhava-se de ter mais sucesso nas competições europeias do que o seu maior rival. No entanto, como todas as grandes epopeias, há sempre algo que muda a narrativa. E este momento chegou na época transacta, com o Olympiacos a conquistar a Liga Conferência e a Youth League no mesmo ano. Por curiosidade, Carlos Carvalhal e André Horta participaram na caminhada histórica da equipa helénica na conquista da Liga Conferência, naquela que foi apenas a terceira edição da prova. Na final contra a Fiorentina, realizada na casa do rival AEK,  Ayoub El Kaabi foi o grande herói. Cinco semanas antes, a equipa de Sub-19 conquistou também a conhecida por “Liga dos Campeões” de juniores. Um ano inesquecível.

Em busca de mais triunfos

Mais uma vez na luta pelos títulos nacionais, o Olympiacos encontra-se nos primeiros lugares do campeonato, apesar da entrada em falso na Liga Europa (derrota por 2-1 frente ao Lyon). Quanto ao atual plantel às ordens de José Luis Mendiliba, destaque para algumas caras conhecidas. David Carmo, um dos principais produtos ‘Made in Cidade Desportiva’, é um dos pilares defensivos. Os portugueses Costinha, Sérgio Oliveira e Gelson Martins também são figuras, assim como Chiquinho, que já representou o SC Braga por empréstimo na época 2021/22. Não podemos deixar de fora nomes de destaque do futebol internacional como Willian, Roman Yaremchuk e o herói da última conquista europeia, Ayoub El Kaab.

O jogo realiza-se amanhã pelas 17H45 (hora de Portugal) no Estádio Georgios Karaiskakis.