A época terminou de forma abrupta, mas os resultados dos Sub-19 do SC Braga vão continuar na memória dos que seguem o trabalho da Cidade Desportiva. Vinte e seis jogos sem perder fizeram com que, até o Campeonato ser interrompido, o conjunto treinado por Artur Jorge nunca conhecesse o mais amargo dos sabores dentro de campo. 

Fora dele, a notícia do cancelamento da prova foi recebida pelo histórico capitão com tristeza, nada que ponha, ainda assim, em causa a maior vitória da temporada: colocar uma equipa a jogar bom futebol e manter vivo o sonho que dá corda às chuteiras dos miúdos – chegar ao plantel principal. Artur Jorge não tem dúvidas: alguns deles vão mesmo conseguir. 

 

"Há muitos jogadores dos Sub-19 que vão chegar à 1ª e 2ª Ligas"

Como foi recebida a notícia do cancelamento do Campeonato? 

São tempos difíceis, principalmente no lado social, estamos privados da nossa liberdade a bem da saúde. Como consequência disto, vimos o nosso Campeonato ser suspenso, agora cancelado. Tínhamos legítimas expectativas de lutar pelo título, lamentamos por isso, mas compreendemos a decisão da Federação. 

 

Que gestão implicou dentro do grupo?

Nós ainda estamos a treinar, até por indicação do Presidente, pois temos mais três plantéis acima que ainda estão a competir (Sub-23, Equipa B e Equipa A). Estamos a tentar fazer o trabalho possível. Vimos com tristeza o facto do Campeonato ser cancelado. Fiquei triste até mais pelos jogadores, este plantel do último ano de formação. Há jogadores que terminaram este período de forma abrupta quando tinham esta última oportunidade para conquistar um título. Mas fica o brilhantismo de uma época onde não tivemos qualquer derrota nos 26 jogos que fizemos. 

  

Surpreendeu a forma como a equipa se comportou? 

A equipa de sub-19 não esteve sempre na máxima força porque tínhamos jogadores a competir num contexto mais desafiante, mais exigente. (sub-23 e B).  Os que ficaram no plantel souberam dar uma grande resposta, fizeram pela vida, sempre muito competentes e comprometidos e estamos muito orgulhosos. O balanço são os números, mas o verdadeiro balanço desta temporada será o aproveitamento que poderemos ter daqui para frente destes jogadores. 

 

 

Qual foi o ‘segredo’ para manter a equipa sempre motivada? 

Mais de metade dos jogadores são juniores de primeiro ano. Acima de tudo, tiveram a capacidade de interpretar o que lhes era pedido. Nunca faltou o trabalho e a sinceridade, importante na relação dentro do grupo e entre treinador e jogadores. Depois, claro, os objetivos que fomos criando ao longo da época para que nos fossemos superando. Tínhamos um objetivo coletivo, muito mais importante que os individuais. 

 

O que sentiu ao ver jogadores deste escalão competirem noutros escalões? 

Para mim é uma grande satisfação, os Sub-19 são uma passagem para o futebol profissional sénior. Temos o exemplo do Schurrle, que foi o único com idade de júnior que não jogou pelos Sub-19. Mas não fico triste por isso, pelo contrário, muito contente. Ele afirmou-se na Equipa B e eu gosto de o ver jogar na Equipa B com aquele nível. Dei o meu pequeno contributo para que isso fosse possível e é algo que me deixa feliz. 

 

Vê a entrevista na íntegra aqui: