Rafael Viana é um Gverreiro que transporta o sonho de lançar o SC Braga para o ponto mais alto do basquetebol português. O atleta do conjunto arsenalista é reconhecido pela sua excelente visão de jogo e foi um dos heróis da subida à Proliga, sendo uma das maiores referências desta modalidade do clube bracarense.
Em entrevista à scbraga.pt, Rafael Viana falou sobre a sua carreira e de como vê o futuro do basquetebol do SC Braga.
O que representa ser atleta do SC Braga: “Para mim ser atleta do SC Braga é representar o vencer de vários obstáculos. Acho que se começa a ganhar a mística de ser conhecido como um Gverreiro e uma pessoa acaba mesmo por se tornar um, porque tem que se esforçar e dar tudo para representar este símbolo que carregamos”.
Subida à Proliga: “Era um objetivo que o clube tinha, o subir de divisão, para também mostrar a grandeza do SC Braga e acho que este feito vai ficar na história por ter sido a primeira vez, mas também por ter sido feito por miúdos entre os 19 e os 22 anos. Acho que essa imagem de juventude torna o feito ainda mais histórico”.
Segredos da conquista da temporada passada: “O primeiro segredo passou por termos noção daquilo que valíamos e do que conseguíamos fazer. Depois, foi a nossa superação enquanto equipa, apesar de no jogo se destacar um ou outro, sempre houve aquela química de equipa e um apoio bastante forte, isso permitiu superarmo-nos e conseguirmos o feito da época passada”.
Aprender a gerir o falhanço: “Ao longo dos tempos fui aprendendo a gerir o falhanço porque é algo natural e acho que esses momentos de pressão e de sentir que posso ser útil à equipa, lidando bem com o erro, fizeram com que me sentisse mais à vontade para assumir o jogo, e como era dos mais velhos e dos mais experientes sentia a obrigação de o fazer”.
União de equipa faz a diferença: “Passamos muitas horas da semana juntos. Conhecemo-nos há muito tempo, há muitos anos que trabalhamos juntos e acabamos sempre por criar uma certa empatia que nos deixa à vontade como se estivéssemos mesmo numa família. O trabalho contínuo que tínhamos feito e o à vontade que temos uns com os outros que depois passa para dentro de campo. Uma pessoa sentindo-se à vontade com um colega de equipa acaba por ter um rendimento desportivo melhor”.
Ligação com o técnico: “Já conhecia o João Chaves desde a minha formação enquanto atleta aqui no SC Braga. Acho que temos uma ligação aberta, ele dá-nos liberdade para sermos nós a decidir e quando discordamos de alguma situação sabemos que podemos falar com ele ou com os outros treinadores que temos para tentar resolver e perceber melhor as coisas”.
Relação com o irmão Ricardo Viana: “Fora de campo, com o meu irmão, tenho uma relação muito próxima, falamos bastante todos os dias. Dentro de campo, acaba por se transparecer um bocadinho a relação que vem de fora, é um suporte extra que tenho aqui dentro, é uma família dentro da segunda família”.
Ser campeão num dia marcante: “O meu avô faleceu quando eu tinha 11 anos, era muito novo, e não tinha conseguido alcançar grandes feitos que pudesse mostrar ao meu avô e que ele se pudesse orgulhar. Ser campeão nacional no dia em que fez anos que ele faleceu foi uma prenda e foi o que me motivou ainda mais durante o jogo, um sentimento extra de força”.
Ritual antes de entrar em campo: “Um dos rituais que eu tenho é dobrar a camisola e depois aponto para cima em memória do meu avô”.
Melhores experiências como técnico na formação do clube: “As memórias que me marcaram mais pela positiva foram as raparigas que tive o prazer de treinar há dois ou três anos, entre os 11 e os 12 anos, que se ligaram a mim de tal forma que ainda hoje vêm ver os jogos e quando eu ou o Edivino entramos em jogo elas puxam por nós. No ano passado ia ser o treinador delas, mas devido aos estudos não consegui e elas fizeram-me uns cartazes e um poema que guardo lá em casa com muito carinho”.
Conciliar o desporto com os estudos: “Não é fácil, tal como eu quase toda a nossa equipa sénior é estudante e acaba por se ter de abdicar de muitas coisas. Às vezes são as horas de sono que abdicamos, outras vezes são os eventos sociais e as saídas com os amigos. Não é fácil conciliar, mas como se costuma dizer quando uma pessoa corre por gosto cansa menos. Não diria que não cansa, porque é bastante exaustivo, mas cansa menos”.
Desejo de pertencer ao plantel que vai levar o SC Braga à primeira divisão: “O basquetebol do SC Braga tem tudo para ter um futuro de excelência e espero poder estar nesse plantel e ser preponderante quando conseguirmos subir à primeira divisão”.