Recentemente contratado pelo SC Braga, o central Rolando tenta manter o foco numa fase inusitada da sua carreira, mas numa longa conversa com a Comunicação Social, este sábado, traçou rasgados elogios à organização e ao plantel dos Gverreiros e revelou até uma conversa que o grupo manteve com o Presidente António Salvador e na qual foi transmitido ao plantel que o SC Braga respeitará, no quadro atual, os compromissos estabelecidos com jogadores e funcionários. Rolando avalia a qualidade da equipa, fala de Custódio e da vontade que tem em estrear-se o mais depressa possível.

Agradecimento ao presidente por mais uma “demonstração de confiança”:  “No SC Braga, ontem tivemos uma reunião por videoconferência e o Presidente falou connosco e disse-nos que vai manter tudo igual relativamente ao que está contratualizado com os jogadores até final da época, porque o SC Braga tem o seu planeamento. Isso é de louvar e é sinal do que de bom tem sido feito, por muito que no plano pessoal aquilo que me importe mais seja a saúde e o bem-estar dos meus. De qualquer forma, nós jogadores sabemos o clube em que estamos e o Presidente sempre disse que no SC Braga nunca falha nada, mas é mais uma demonstração de confiança e temos é de estar agradecidos pelo Presidente que temos e o Clube que temos. Isso só nos mais vontade para voltar o mais rápido e para compensar em campo o esforço que estão a fazer por nós.”

Radiante por representar o SC Braga: “Estou muito feliz no SC Braga, inclusive nesta altura há um gabinete só para cuidar dos jogadores e tudo aquilo de que nós necessitamos, nós temos. Aproveito para agradecer publicamente ao SC Braga, coisas destas é que explicam porque é que o SC Braga luta contra os grandes, é porque é um grande.”

Como vive o momento atual: “Tento ser positivo, apesar de o mundo passar por um momento horrível, mas tenho responsabilidades e em casa tento passar uma mensagem positiva porque aquilo que nos rodeia já carrega muito incerteza. É preciso levar as coisas com calma, o importante nesta altura é a saúde. Claro que como futebolista eu quero é jogar, mas como pai quero cuidar dos meus filhos.”

O regresso ao campeonato: “Vamos partir todos em pé de igualdade. Até aqui eu estava em desvantagem, porque não estava mal fisicamente, mas não tinha ritmo de jogo. Neste contexto, ao qual até eu já estava habituado, vamos voltar todos em pé de igualdade, mas só no SC Braga, mas todos os futebolistas, porque vamos precisar de uma pequena pré-época. Neste momento só tenho de ser profissional, dedicar-me ao meu trabalho e estar preparado para quando regressarmos.”

Adaptação rápida ao sistema de jogo: “Quando estive em Itália joguei sempre em defesas a três e dependendo dos meus colegas e das suas características acabei por jogar em todas as três posições. Neste momento, olhando também ao clube e aos meus colegas, diria que as minhas características se adaptam melhor à posição central da defesa. Sei que se tiver de jogar à direita ou à esquerda estou preparado, porque já o fiz, mas tenho treinado sobretudo ao meio.”

A competitividade dentro do plantel: “O SC Braga está em 3.º lugar e venceu a Taça da Liga, isso diz bem do patamar em que está e da qualidade dos jogadores que tem. O Raul e o Bruno Viana são jogadores experientes, o David Carmo é um miúdo que o Rúben lançou e que tem muita qualidade, além de ter experiência adquiridas nas seleções jovens, mas o Wallace, o Tormena e o Bruno Wilson também são excelentes jogadores. O nível é muito alto.”

A experiência adquirida até ao momento: “A carreira que eu tenho ajuda-me nos detalhes, estou habituado a vencer, joguei sempre para vencer e sei que posso transmitir algo aos meus colegas. Isso é importante e estarei sempre disponível para dar aos mais novos aquilo que outros me deram a mim no passado, sei que é esperado esse papel da minha parte e é algo que também quero acrescentar.”

Comparação entre o futebol português e o futebol dos países em que jogou:  “Em Portugal o futebol é muito técnico e tático; em Itália o foco é no tático, mas muito defensivo; em França é o físico e a velocidade e na Bélgica é o físico puro. Quando cheguei a Itália percebi que o futebol, sendo um só, é praticado de formas diferentes. Essas variantes obrigam-nos a crescer e dão-nos experiência, isso vale muito nos jogos a doer e nas competições europeias, porque estamos habituados a jogadores e a equipas diferentes.”

A relação com o anterior treinador do SC Braga: “O Rúben Amorim é um amigo e um irmão de há muitos anos e ele foi importante para a minha vinda, mas eu sei que o futebol muda muito depressa e felizmente o treinador que o rendeu é alguém que também conheço há muitos anos, desde a seleção de sub-21. Estar no SC Braga é muito bom, porque estou num clube grande e estou em casa, com a minha família. Claro que gostaria de trabalhar com o Rúben, mas o Custódio vai provar que é um treinador muito bom, porque no SC Braga é assim.”