Do
lado de fora das paredes bimilenares da cidade que nos fortifica
chamam-nos Gverreiros, mas não sabem o quanto isso identifica o nosso
caráter, a nossa raça, a nossa alma e o nosso coração. Chamam-nos
Gverreiros, mas desconfiam da força que nos move, da motivação que nos
ergue e da ambição que nos corre nas veias.
Fomos idealizados e concebidos na
matéria centenária de todos aqueles que nunca desistem, seja em que
circunstâncias for. E foi essa identidade - tão distintiva no seio do
nosso balneário como os muros que erguem a Sé de Braga ou o escadório
que abraça o Bom Jesus - que nos permitiu acreditar, até ao último
suspiro, que era possível resgatar pelo menos um ponto na partida
contra o FC Porto.
Para os livros fica o 2-2 final
diante de uma equipa de grande qualidade e que raras vezes na sua
história deixou escapar uma vantagem de dois golos. Apesar das
contrariedades que tivemos de enfrentar e que fazem parte do jogo, como
são as baixas de jogadores nucleares na nossa estratégia (casos do
Moura, Iuri Medeiros, Sequeira ou Castro) a nossa ambição é sempre
ganhar. No entanto, não sendo este o resultado que todos desejávamos, o
empate acaba por deixar alguns sinais positivos: a resposta da equipa
às adversidades voltou a ser fantástica (já o tinha sido com o
Portimonense); fisicamente, acabamos o jogo por cima do nosso
adversário, isto apesar de termos disputado o 9º jogo em 25 dias (!); o
balneário está cada vez mais unido e solidário, comportando-se como uma
verdadeira família.
Não importa os obstáculos que formos
encontrando no ambicioso caminho que traçamos no início da época: a
nossa alma Gverreira irá tentar suplantá-los a todos, jogo a jogo, seja
onde ou contra quem for. É para ganhar. Juntos. Sempre!
Dentro do campo, a estratégia, a
tática, a técnica, a eficácia (defensiva e ofensiva) e até a sorte
definem os resultados. No entanto, há uma outra parte do jogo que não
conseguimos muitas vezes compreender e que, de uma forma pedagógica,
deveria ser escrutinada, analisada e muito bem explicada a todos os
intervenientes. O VAR deveria ser uma ferramenta de essencial auxílio à
verdade desportiva, mas já por várias ocasiões mostrou ter uma
intervenção tóxica no jogo.
Desde
logo, o respeito pelo protocolo. “O árbitro poderá ser assistido por um
vídeo árbitro (VAR) apenas em situações de claro e óbvio erro ou
incidente grave não detetado”, pode ler-se no protoloco do VAR. Talvez
na ânsia da busca pela presença no palco mediático, há muitos VAR’s que
fazem uma interpretação abusiva e até absurda desta premissa. Ao
contrário da Premier League, em que só há intervenção externa em
situações claras e evidentes, em Portugal procura-se o erro no detalhe,
sempre em busca do mínimo toque que, bem ou mal, evidente ou pouco
claro, sustente uma grande penalidade ou uma expulsão.
Depois,
e tão ou mais importante, as calibragens das linhas de fora de jogo, a
colocação dos pontos de referência e a necessária abordagem pedagógica
a este novo ‘fenómeno’ do futebol português. Temos a certeza absoluta
que ninguém terá problemas em afirmar que o golo que nos foi anulado em
Moreira de Cónegos (o Ricardo Horta ‘só’ estava em jogo por 1,18
metros) deve provocar grande preocupação e até vergonha a todos os
agentes do futebol em Portugal.
Esta
situação inusitada - à qual se junta o absurdo fora de jogo mais uma
vez mal tirado ao Ricardo Horta no jogo com o FC Porto, desta vez por
mais de 15 metros (!) - levanta várias questões transversais a todos os
clubes: este ‘fenómeno paranormal’ aconteceu apenas no jogo com o
Moreirense, ou já tivemos outras calibragens falhadas, nomeadamente no
nosso jogo com o Belenenses SAD, em que foi validado um golo claramente
em fora de jogo ao nosso adversário? Quem nos garante que não voltará a
acontecer algo idêntico no futuro? A credibilidade da empresa
contratada externamente pelo Conselho de Arbitragem e que tem a
responsabilidade de calibrar o sistema e de colocar as linhas de fora
de jogo não estará fortemente colocada em causa? Quem garante a sua
idoneidade? Quem garante que, em todo este processo de calibragem e
colocação de pontos de referência, não há nenhum jogo de interesses?
Por
último, o número de câmaras presentes em cada um dos estádios e a
influência que estas podem ter na boa utilização do VAR. Não se
entende, nos dias de hoje, como é que ainda existe uma desigualdade
entre Sporting, FC Porto e Benfica e todos os restantes clubes, SC
Braga incluído. Como é que nos jogos disputados entre 15 clubes o
número de câmaras nunca é superior a 8, e em contrapartida, em todos os
jogos em que participam os três clubes acima mencionados, este número
passa, no mínimo, para 12 câmaras? Mas será que há dois campeonatos
diferentes? Exigimos igualdade na aplicação e cumprimento das regras e
este propósito só poderá ser alcançado se a conjuntura de análise
disciplinar for igual para todos. Sem exceção.
Piazon e Gaitán: Foram chamados a
jogo e foram decisivos no resgate de um ponto frente ao FC Porto. Lucas
Piazon fez duas assistências e Nico Gaitán fez o último golo da
partida, correspondendo à aposta do mister Carlos Carvalhal.
Equipa B: Desculpem, não temos
grandes novidades para vos dar. A equipa B do SC Braga goleou o
Vianense por 6-1 e carimbou a 13ª vitória no Campeonato de Portugal.
Grande trabalho feito na Cidade Desportiva.
Hannah Keane: Uma máquina de força
com arte de fazer golos. A norte-americana voltou a estar em destaque
na equipa de futebol feminino e, desta vez, com um poker frente ao
Torreense (7-0). Fantástica exibição.
Voleibol: Reviravolta no dérbi! Com
raça, querer e coração, as Gverreiras do Minho venceram o Vitória SC
por 3-2, em Guimarães.
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